16.11.07

O amor não tira férias...

Eu sim.

E pela terceira vez começo esse texto. Definitivamente, eu nunca gosto do que escrevo. Fiquei menos preocupada com o fato quando ouvi de um poeta (sem querer me comparar a um) dizendo que também passava pela mesma crise. Vai ver que é mal de quem escreve muito, vai saber.

A verdade é que, crises à parte, essa vida de menina grande que não se conforma com o andar da carruagem é bem complexa. Não que eu não consiga me adaptar às intempéries ou matar os leões que todo o dia e o dia todo aparecem, mas cada vez mais acredito que essa coisa de saber matar cada leão cria uma independência um tanto tóxica na vida da gente. Como assim?

É complicado, mas vou tentar. Não, eu não me assusto com os leões, por maiores que eles possam parecer. Eu vou à luta sim, e daí? E esse fato assusta muita gente! Eu nunca me contentei meeeeesmo com as coisas como elas parecem ser. Sempre quis ir além, e, graças a Deus, superei e fui além do que poderiam imaginar que eu fosse. Não por querer impressionar ninguém, simplesmente pelo fato de não conseguir suportar a idéia de ser sufocada por limites geográficos, financeiros ou ideológicos.

A lógica? Não dá pra prender um passarinho em uma gaiola e simplesmente achar que, porque ele canta todo dia, ele é feliz. Mas essa minha natureza livre me deixa “bolada”, como diriam os cariocas; e olha que eu detesto essa palavra. Mas é a mais adequada que me vêm à mente, no momento.

Mas o título do texto falava em amor. Eita sentimentozinho mais melequento. Melequento mesmo, tipo aquela geléia que a gente pega nas mãos e escorre por entre os dedos sabe? Escorre, mas de vez em quando quer grudar em você, aí você, meio preocupado e escaldado, tenta desesperadamente tirar aquilo de você com medo do efeito, medo de que aquilo talvez possua alguma substância tóxica que possa te afetar. Ou simplesmente por achar que aquela meleca não era bem a meleca que você estava esperando, ou precisando, pra melecar ainda mais a sua vida. Afff, o que foi essa comparação? Esquece. Não é bem isso que eu penso do amor.

Na verdade eu acho que eu amo o amor. Amo essa coisa de amar, sabe. O maior deles que já senti, nem foi o meu próprio. O Amor de Deus, definitivamente, foi e é a melhor coisa que já senti na vida. É real e simples, ao menos esse é! Tem também o amor pela família, pelos amigos, algo tão sublime e que enche o coração de alegria só de lembrar ou de saber que existe. Amor que brota do sorriso de criança...

Mas também tem um outro amor. Do tipo que é tema de filmes como o que assisti há pouco. E que mexem comigo, embora eu insista em dizer que não. Afinal, eu não choro, é sempre aquele cisco no olho que me incomoda. Talvez seja o roteiro bem real que traduziu o círculo estranho em que essa modernidade toda nos enfiou. Qual a dificuldade em amar ou encontrar com esse bendito?

E lá vou eu colocar a culpa na sociedade, nos tempos modernos. Não há culpados, neste caso, e se há, seria eu mesma. Obstinada, decidida, inconformada com a monotonia, ligada no 330, inquieta. Não, eu não sou alguém tão admirável, pode ter certeza, mas sabe, “só sei que é assim”. Acontece que, de verdade, isso é um pouco tóxico mesmo. Quanto mais exigente, mais complexas se tornam as coisas, as escolhas, o saber “o que sinto”, as decisões. E não sei bem se quero mesmo decidir, e também não quero só ir vivendo. Então o que eu quero? Vai entender...

Quero não querer complicar tanto as coisas. Quero dar de cara com o Melhor. Quero não perder minha chance e vê-lo indo embora só porque eu não soube bem o que fazer quando ele apareceu. Quero ter mais fé. Essa coisinha que grita dizendo “everything is gonna be all right”.

Mas, no final das contas, talvez seja o bendito tempo. Aquele, que tem que ser dado pra que “todas as coisas” entrem nos eixos e para que se possa viver o Melhor. O amor não tira férias, mas talvez eu tenha tirado férias dele.

Afinal, como poderia eu esperar uma historinha convencional e linear quando a “princesinha” pula fora da carruagem por não suportar o ritmo em que ela anda? Não dá pra ser convencional em um conto desses....

A princesa não quer ir de carruagem, quer um meio alternativo. Ela não espera príncipe encantado, porque tudo que é encantado um dia perde o seu encanto. A princesa não fica esperando para que façam, vai lá e faz ela mesmo se precisar. Mas ela também espera ser conduzida, de alguma forma que a surpreenda. E eis aí o X da questão. Essa mágica condução tão complexa de existir. “E quem conseguir decifrar, me conte o segredo.”

Que venha a continuação. Uma hora a gente se esbarra. Enquanto isso, estarei aqui, aprendendo a aprender como ser melhor. Ainda há muito para o Autor escrever nesse livro. Eis me aqui.

Com insônia e ouvindo John Mayer, Love Song for no one.

Um comentário:

Unknown disse...

hahahahahhhahaha! eu tive q rir!

gostei mto do seu texto sobre amor...

mas o q mais me fez concordar com vc foi o final (a parte da musica do John Mayer. Só pq eu ouvi ela o dia inteiro ontem). Não sei se isso te interessa, mas saiba q vc não é a unica nessa busca insana pelo amor (aquele que vem de cima pra baixo).

Deus abençoe viu!

E obrigada pelo comment no blog do celva!

Pit