28.9.07

In a broken world I’m holding in You

Para não cair na tentação de ficarmos só a analisar (apontar o dedo é tãaaao fácil), segue um pequeno texto para reflexão sobre o caminho de volta, o tourning point dessa história de cristianismo moderno. Sim, pois se algo está errado, se identificamos que é preciso “chacoalhar o saleiro”, é hora também de agir. Qual o ponto de partida?
The beginning and the End. Porque o verdadeiro louvor vem Dele e volta pra Ele. Sem a verdadeira essência, será tudo em vão.

“Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.”
Mt 7: 22-23



Um convite à ação

Um novo caminho começa com meia-volta. Neemias, que tinha a missão de ajudar o seu povo, sabia disso. Era preciso dar meia-volta, abandonar os pecados e erros, e começar uma nova jornada de obediência a Deus. Só assim alcançariam sucesso. Antes de orar pedindo a liderança e a proteção do Senhor, Neemias pediu perdão a Ele. O profeta conhecia bem a história do povo de Israel, e o porquê de terem sido derrotados e levados para o cativeiro. Ele compreendia, também, o porquê das coisas não estarem dando certo. Havia pecados não confessos que criavam uma barreira entre Deus e o povo, e os privava de experimentar suas bênçãos. Ao orar, Neemias também se incluiu. Os pecados do povo eram seus pecados também. É tentador apontar os pecados dos crentes que vieram antes de nós. Mas quando falamos a respeito do arrependimento, precisamos nos incluir. O verdadeiro arrependimento envolve todos nós — indivíduos e igreja. A fidelidade de Deus nos dá coragem para encarar os nossos pecados. Existe o pecado de não compartilharmos a graça de Deus com aqueles que precisam dela. Existe o pecado de cumprir nossos compromissos pessoais, em vez de servir a Deus e buscar de todo coração fazer a sua vontade.

Extraído da leitura devocional “Cada Dia” http://www.lpc.org.br/cd2006/

24.9.07

Frutos da mornidão (2)

Reflexão sobre o post anterior.

“Conheço as tuas obras, que nem é frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!
Assim, porque és morno, e não é frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.”
Ap 3: 15-16


Talvez a inquietação diante do rumo que o cristianismo tem tomado neste mundo não seja só encanação da minha alma por natureza agitada. Talvez realmente esteja acontecendo algo de muito errado. Onde é que as coisas se perderam? Quando foi que o Amor e a Graça de Deus deixaram de ser o foco principal da vida cristã para dar lugar ao falso moralismo, aos ritos, à religiosidade que entristece o coração de Deus?
Onde está a luz? Piscando, semi-apagada, fraca...?
E o sal? Insosso, faltante, errante...

É triste constatar que, infelizmente, há muito joio no meio do trigo e que esse joio, às vezes, acaba se misturando e deixa um sabor amargo na massa. A grande questão é que o crescimento do joio tem aberto lacunas enormes no coração humano. No meio do sambalelê de ideologias, credos, crenças e da relativização de tudo, a diferença cristã pode surtir o efeito contrário, pelo mau uso da Palavra de Deus. Preocupante.

Sei que há pessoas que buscam fazer a diferença sim, por outro lado vejo uma geração que, talvez, ainda não tenha entendido o que é vida com Deus (E não falo com o dedo apontado para o seu nariz não). E por não entender, continua a transparecer ao mundo que seguimos apenas “mais uma ideologia”, uma maneira bonitinha de se viver, com regras definidas por um ser superior que nos diz exatamente o que fazer, em troca de um dia alcançarmos a vida eterna, lá no céu.

Mas eu me recuso a fazer parte disso. Diante de notícias como a que acabamos de ler, me sinto na obrigação de dizer: Não, meus queridos, ser cristão não é apenas ter uma ideologia, muito menos ser controlado. Se existe a hipocrisia? Infelizmente, sim. Mas vida com Deus não é um montinho de regras e ritos que você segue pra garantir seus tijolinhos no céu. Mesmo porque nem que fizéssemos todo o bem do mundo, não poderíamos garantir nem sequer um tijolinho...A Graça de Deus não se compra, é de GRAÇA, como o próprio nome diz.

Contraditoriamente ao que muitos pensam, ser cristão é ser livre. É ter a maior liberdade para transitar por esse mundo “freak” e ser mais “freak” ainda, ao poder fazer o que quisermos e bem entendermos, mas com a diferença de não termos a menor necessidade de fazer qualquer coisa para parecermos livres. Se tem uma frase que explica bem essa bagunça organizada é “a sabedoria humana é loucura aos olhos de Deus e a sabedoria de Deus é loucura aos olhos humanos”.

Ok, talvez eu seja louca e nem seja deste mundo. Mas qual o problema em ser louca em um mundo tão insano como o de hoje, não é mesmo? Dizer que o cristianismo é loucura aos olhos do mundo talvez não faça tanta diferença no meio do vale-tudo atual. Mas posso dizer que essa loucura, esse “barato” não é algo transitório, como a moda, como um estilo musical, como uma corrente teórica, como uma descoberta científica. É algo que, se vivido em verdade e em espírito, é eterno, e só pode ser realmente conhecido, se vivenciado. É, meu querido, o negócio é muito mais empírico do que você imagina. É viver pra crer.

Assim como a guria do texto, eu também gostaria de “atacar a hipocrisia... também não aturo falso moralismo”, mas, se a essência do cristianismo é Jesus Cristo, prefiro tentar seguir os seus passos pelo viés do Amor. Esses serão os meus berros e chutes revoltados.

A real é que tudo é muito mais simples do que imaginamos. Mas o ser humano tem dificuldade em ser simples. Como ouvi de um colega um dia: “Jesus nos disse para regar o jardim. A gente vai lá, limpa a casa toda, lava a louça, deixa o piso brilhante. Jesus fica feliz, é claro. Mas aí ele pergunta: você regou o jardim?”.

Béeeeeeee, estamos fazendo o essencial?

Quero pertencer a uma geração que exala o bom aroma de Cristo para o mundo e não o odor de uma sociedadezinha em estado de decomposição.

Quero saber que, de alguma forma, a vida dos cristãos – a minha inclusive – contribui para que jovens, como a do texto, possam se libertar sim, colocar seus desejos reprimidos pra fora. Pra fora de suas vidas e pra que possam gritar, um grito de alegria verdadeira, um grito que liberta e não destrói, não mutila, não adoece, não deprime. Quero que o vazio dessas pessoas seja preenchido com o que as pode suprir, e não com ídolos falhos.

Quero saber que o Corpo de Cristo, nós mesmos, os cristãos, pequenos Cristos como a própria palavra diz, espelha a verdadeira “Imago Dei”. Quero que jovens como a do texto possam sentir o prazer inigualável da doce presença do Espírito de Deus em suas vidas. Que possam conhecer Aquele Homem, Jesus. Aquele que, de maneira absurdamente maravilhosa, nos eleva a lugares altíssimos com o simples Toque do Seu Amor.

“E conhecereis a Verdade, e a verdade vos libertará”.


Sem demagogias, sem hipocrisia, sem discuro pré-concebido. Mais Jesus, menos religião!

Frutos da Mornidão

Texto extraído do suplemento Folhateen da Folha de S.Paulo, dia 24/09/2007.

Eu tenho tesão pelo anticristo

MAYRA DIAS GOMES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Únicos momentos podem formar a personalidade e o caráter de uma pessoa -existem instantes dos quais não podemos nunca escapar. Principalmente quando acontecem na infância, época em que começamos a descobrir o mundo, o mundo que nunca é como acreditamos ser quando nossa maior preocupação é brincar.
Pois foi aos 13, quando Brian Warner ainda não se chamava Marilyn Manson, que conheceu o significado da palavra "perversão", que veio aliado com a primeira impressão significativa do sexo.
O Inferno para ele era o porão de seu avô, imundo, misterioso: roupas femininas, vaselina, latas de tinta que continham filmes pornôs, um espelho no teto, vibradores e fotos de mulheres com animais. Até que conseguiu ver nitidamente como Jack Warner se masturbava lá dentro e saiu apavorado, sentindo-se obrigado a contar para a família.
Não foi coincidência que a cachorrinha de Brian apareceu morta, envenenada. Até o menino virar o alter-ego, muita água rolou e anos se passaram na escola cristã em que estudava, sendo aterrorizado pela chegada do fim do mundo e do anticristo. A vida era apresentada a ele sem brechas para interpretação, como fatos inegáveis ordenados pela Bíblia.
Porém, por nunca ter temido o bicho papão que vive debaixo da cama, tornou-se o mesmo. O monstro que temem é o que criaram. Garoto-propaganda do medo, Manson descobriu que Deus e demônio são duas palavras, como Marilyn e Manson. Montado para atacar os que vivem da hipocrisia, é seguido por uma legião que não atura o falso moralismo, a banalidade, a ignorância e os mandamentos do cristianismo.
Como a maioria das mães, a minha não entende o porquê de eu ser uma dessas seguidoras que se excita quando a imagem desse homem aparece na tela.
Pois é dentro das portas trancadas do meu quarto que ouço sua música e sinto vontade de me tocar lá embaixo. A irreverência de Manson desperta a contradição que há em mim, os sentimentos enjaulados no meu corpo, o ódio que sinto pela impostura. E é no meio desse sentimento de revolta que surge meu tesão, da mesma forma que o homem ficava ereto com a descoberta no porão do avô.
Os sentimentos reprimidos se libertam e é na vontade de berrar letras como "Fight, fight, fight!" ou "We're the nobodies/ Wanna be somebodies!" que tenho fantasias sexuais obscuras.
Eu grito e gemo porque nunca pertenci, porque não quero pertencer e porque sei que falo por todos os freaks desse universo. Aqueles que estão a fim de bagunçar a falsidade, de cuspir na cara do sistema, de assumir que existe prazer no que é proibido, condenado.
O homem e o mito chegam ao Brasil nesta semana para causar um pouco de discórdia entre os pais que abrigam paquitas e monstrinhos vestidos de preto. Chegam para, quem sabe, inspirar um pouco de revolta nessa juventude inerte. Chegam para, se eu tiver sorte, me levar para a cama. Meu namorado amado que me desculpe.
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MAYRA DIAS GOMES, 19, é autora do romance "Fugalaça" (ed. Record)

22.9.07

Primavera chegou e com ela...

"A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou."
Cecília Meireles

Engraçado notar como o significado das coisas realmente muda de acordo com o tempo, com o ambiente, com as pessoas. Aqui na selva de pedra é bem mais complexo sentir a leveza da estação. Pudera!


Mas, apesar da primavera não ser mais a mesma dos tempos de céu azul ar limpinho no quintal colorido lá de casa, a pequena de alma ainda está aqui e sente o cheiro bom que a primavera sempre exalou. A esperança verde que nessa época é mais latente, cheiro suave de flor, e cheirinho doce do bolo que a data pede.
Primavera. Mais uma. Tempo de celebrar o que passou, o que viveu, o que aprendeu.

"O cravo brigou com a rosa
Debaixo de uma sacada.
O cravo saiu ferido,
e a rosa despedaçada."

A flor teimosa (ou seria um cactus? rsrs) continua. Seja no jardim, no asfalto ou no deserto, pois a fonte de água viva não seca, jamais.

"Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios". Sl 90:12

21.9.07

Que Deus nos acuda

E ainda tem que ser de Sorocaba... tsc tsc tsc

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Assembléia aprova criação da disciplina "Deus na escola" em SP
O texto aprovado não especifica se será tema opcional ou se será um conteúdo a ser abordado em várias matérias

Projeto requer sanção do governador José Serra para vigorar; em Sorocaba, projeto foi instituído pelo marido da deputada

LEANDRO BEGUOCI
DA REPORTAGEM LOCAL

Deus recebeu autorização da Assembléia Legislativa de São Paulo para virar disciplina na rede pública estadual de ensino fundamental.
Foi aprovada lei que institui o projeto "Deus na escola", de autoria da deputada estadual Maria Lúcia Amary, líder do PSDB na Assembléia.
O texto aprovado não especifica se "Deus na escola" será matéria opcional a mais na grade curricular ou conteúdo espalhado na grade curricular, tratado em várias matérias. Nem define o conceito de Deus.
Diz apenas que "será composto um grupo de estudos formado por professores, pedagogos, estudiosos e representantes de diversas religiões para, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa, elaborarem um manual do projeto "Deus na escola", homogêneo a todas as crenças religiosas". Hoje, o ensino religioso é facultativo nas escolas de ensino fundamental do Estado.
Para entrar em vigor, o projeto precisa da sanção do governador José Serra (PSDB).
O secretário da Casa Civil do tucano, Aloysio Nunes Ferreira, disse que o texto não foi discutido com o governo e, portanto, não sabe do que se trata.
Porém, destacou ser "preciso tomar muito cuidado com os princípios de laicidade do Estado previstos na Constituição do país" e que isso deverá ser levado em conta na avaliação.
Em Sorocaba, em 1997, no governo do marido de Maria Lúcia, o hoje deputado federal Renato Amary (PSDB), o "Deus na escola" foi instituído. A cartilha usada em salas de aulas se propunha "a auxiliar o professor do ensino fundamental que, voluntariamente, se dispuser a ministrar aulas de religião, interdisciplinariamente".
A autora diz ter confiança de que o projeto será sancionado. "Queremos construir o caráter das crianças por meio de Deus", diz a deputada, católica.

Fonte: Folha de S.Paulo 20/09/2007

20.9.07

Salgar e Iluminar é preciso

Por essas e outras o avanço do Evangelho é quem perde...

Salzinho mais insosso viu... só por Deus.

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Escola tem de devolver dízimo a professora em Franca (SP)

JUCIMARA DE PAUDA
da Folha Ribeirão


Uma decisão da Justiça deu à professora Renata Acosta Alves dos Santos, de Franca (400 km a norte de São Paulo), o direito de receber de volta o dinheiro que foi descontado do salário dela a título de "dízimo" pelo Instituto Paulista Adventista de Educação e Assistência Social de Franca. Na decisão, foi negado recurso à escola.

Evangélica, Renata trabalhou na escola nove anos e, nesse período, 10% de seu salário foi descontado e repassado à Igreja Adventista. No total, foram descontados R$ 31 mil. Como ela só entrou com a ação dois anos após pedir demissão, só teve direito a receber o valor descontado nos três últimos anos de trabalho, cerca de R$ 10 mil. Após um acordo com a direção da escola, aceitou receber menos, mas à vista: R$ 5 mil.

O valor ainda não foi pago, disse. "Demorei [a ir à Justiça] pois queria ter certeza do que estava fazendo. Essa ação é para a instituição repensar o modo como trata o funcionário."

Na ação, Renata --que ainda freqüenta a igreja, mas diz que é evitada pelos outros fiéis-- admite que assinou documento autorizando o desconto de 10% no salário (R$ 700 na época), mas, mesmo assim, a Justiça considerou a prática indevida.

Segundo a decisão, da 1ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, o desconto não se enquadra nas exceções previstas no artigo 462 da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) --adiantamento ou dispositivo de lei ou de contrato coletivo. Também não configura adesão a planos de assistência ou a entidade cooperativa, cultural ou recreativa.

"Quando ela entrou na escola e falaram do desconto, concordou porque todos da igreja que trabalham no colégio pagam o dízimo. Além disso, ela corria o risco de perder o emprego caso dissesse não", diz Reginaldo Santos, 30, marido de Renata.

Outro lado

A direção da escola não quis comentar o caso e também se negou a dizer se ainda cobra o "dízimo". Limitou-se a dizer que cumpriu a decisão judicial.

Notícias extraída do site www.folha.com.br

19.9.07

Voe por todo mar

Liberdade.
Quem ama deixa livre.
O Amor não é egoísta.
Quer descobrir se algo é seu?
Deixe que ele voe.
Se voltar é porque era seu,
se não voltar, é porque nunca te pertenceu.


O Vento - parafraseando

O vento faz o meu mundo novo.
Vento bom, aquele, do Espírito de Deus.
Deixa soprar.
Voe por todo o mar, e volte aqui.

17.9.07

Celebrar a vida

Há um tempo, não muito, os aniversários eram os momentos de se empanturrar de salgadinhos, docinhos, bolo (quando era o preferido de chocolate), e das meninices e brincadeiras despreocupadas no beco. O engraçado é que, mesmo sendo criança, já havia um sentimento de que “algum dia sentiria muita falta daquilo tudo”. Dito e feito. Só não sabia que iria passar tão depressa.
Naquela época, reunir os amigos para a festa não era difícil tarefa. Bastava um cartãozinho colorido com data, hora e local que, certamente, a turminha estaria lá, doida para saborear os docinhos, colocar os inconfundíveis chapeuzinhos, cantar os parabéns e depois se esconder pelo quintal no delicioso esconde-esconde.
Alguns anos depois, a tarefa de reunir os amigos é quase que estressante. Natural. Cada um tem uma agenda – geralmente lotadíssima – cada um em uma cidade, com uma dificuldade diferente para dizer “não sei se poderei estar”. Normal, nesse mundo frenético que quase nos engole. Se não cuidamos, até mesmo um aniversário, aquele momento de lazer e confraternização, pode virar mais um compromisso, uma obrigação. Genteee, o mundo adulto nos suga demais!
Tentar desacelerar em época de velocidade total não é fácil… Tentemos.
E para esse próximo ano que se inicia, o meu novo ano, uma bela reflexão acerca da vida. Para celebrar cada dia, cada mês e ano com que Deus me presenteia.

“Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.” Sl 90:12
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Nem olhos viram

De repente, dou-me conta de que estou todo enrolado no cordão umbilical, agarrado na placenta; envolvido com as coisas da vida intra-uterina. E a grande descoberta caiu sobre mim como um raio: não quero nascer. Pior ainda é admitir que tenho receio desse momento. E ajo como se pudesse acrescentar um côvado ao curso de minha formação.

A metáfora do útero ajuda a perceber o ridículo. Eu, aqui, a tal ponto envolvido com as coisas desta vida, que chego a desdenhar a verdadeira, a mim prometida. Falta de fé? Claro, mas acho que se trata, também, de falta de imaginação. As pessoas têm medo de falar no assunto, assim como eu. Resultado, não nos preparamos. “Deixa ela chegar”, dizemos, sem querer pronunciar seu nome, para não “chamá-la”. Coisa de pagão.

Mas se pensarmos em nascimento, tudo fica mais fácil. Em especial para os crentes. Pois, pela graça, nasceremos vivos e sãos, não natimortos.

Este ano, começo a incentivar meu coração a trocar a morte pelo nascimento, o medo pela expectativa, o tolo desejo de postergação pela excitação da hora.

Não pretendo me alienar, no entanto. Sei que este período é de gestação, e uma boa formação, agora, me garantirá... Bem, não sei o quê, mas estou certo de que devo cuidar de “contar meus dias” intra-uterinos, para alcançar um coração sábio. Sem pressa; o Obstetra sabe a hora certa.

Vou me deixar sonhar. E já encontrei um modo. Farei um exercício de “regra-de-três”: o céu está para esta vida assim como esta vida está para a realidade de um feto. Por essa regra, começo a imaginar como será, por exemplo, a experiência com o belo. Se um grande coral masculino me arrebata, aqui, como será essa experiência quando eu nascer? Sei que, como feto, não “ouço” quase nada. Se o correr pela praia, com água gelada nos pés, me delicia, como será o “correr” de então? Se uma lasanha ao molho branco me parece pura arte (culinária), aqui, suspenso no líquido amniótico, como será a experiência equivalente, no porvir? Hoje, com minha miopia espiritual, não consigo imaginar como será o equivalente à emoção que tive ao ver o mar pela primeira vez.

Como pode um feto imaginar que usará suas perninhas para correr ou andar de bicicleta? Como vai acreditar que aquele dedão na boquinha poderá ser substituído por um sorvete de chocolate com cobertura de caramelo?

E o amor? Como poderia um projeto de gente imaginar viver (e sofrer) um grande amor? A felicidade que envolve um relacionamento apaixonado, pleno, sereno, devoto, seguro, eterno... No entanto, fomos feitos para isso: amar a Deus e gozá-lo para sempre. Seremos capazes de amar e nos deixar amar de uma forma mais plena que hoje? Essa pergunta revela que esquecemos a regra de três: a solidão da vida intra-uterina está para o colo da mamãe assim como nossos tímidos afetos de hoje estão para a plenitude do “colo de Deus”.

Sim, este ano vou sonhar com o céu. Sabendo, desde já, que essas minhas regras-de-três são ingenuidade pueril. São pensamentos naturais, porque “não é primeiro o espiritual, e sim o natural; depois o espiritual” (1 Co 15.46). Mas buscarei “a sabedoria de Deus em mistério”, oculta aos habitantes deste útero, “a qual Deus preordenou desde a eternidade, para a nossa glória”.

Este ano desejarei “o que Deus tem preparado para aqueles que o amam”. Sonharei com o que “nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano” (1 Co 2.7-9).

Texto extraído do site da editora Ultimato. De Rubem Amorese, consultor legislativo no Senado Federal e presbítero na Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasília. É autor de, entre outros, Igreja e Sociedade – o desafio de ser cristão no Brasil do século XXI e Icabode – da mente de Cristo à consciência moderna.
rubem@amorese.com.br

16.9.07

Uma análise jungiana ou seria jungniana?

Me identifiquei quase que por completo.
O tal de Jung manda bem, hein.
É claro que uma descrição recortada não pode dar conta de dizer o que é alguém na sua pluralidade, mas tem muito de mim no texto que segue.
Com vocês, eu, por Jung.
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Retrato de um ENFP - Extraverted iNtuitive Feeling Perceiving
Seu modo principal de viver é focado externamente, de onde você absorve os fatos primariamente através de sua intuição. Seu modo secundário é focado internamente, onde você lida com as coisas de acordo com a maneira como você se sente quanto a elas, ou de acordo com a maneira com que elas se encaixam no seu sistema de valores pessoais.

Você é uma pessoa calorosa, entusiasmada, tipicamente muito inteligente e cheia de potencial. Você vive num mundo de possibilidades, e pode ficar muito apaixonado e entusiasmado com as coisas. Seu entusiasmo dá a você a habilidade de inspirar e de motivar os outros, mais do que é constatado em outras pessoas. Você tem a habilidade de conseguir o que você quiser com o seu papo. Você ama a vida, vendo-a como um dom especial, e luta para tirar o máximo proveito dela.

Você tem uma variedade incomum de habilidades e de talentos, e é bom em quase tudo o que te interessa. Orientados a trabalhar com projetos, você pode acabar encarando várias carreiras diferentes durante sua vida. Para quem observa de fora você pode parecer perdido e sem objetivo, mas é na verdade muito consistente, pois possui um senso de valores que você utiliza como uma lei que rege a sua vida. Aliás, tudo o que você faz deve estar alinhado com seus valores. Você precisa sentir que está vivendo sua vida como você mesmo, andando de acordo com o que você acha certo. Você vê significado em tudo, e está numa batalha contínua para adaptar sua vida e seus valores para conseguir atingir uma paz pessoal. Você está sempre ciente e inclusive preocupado em perder contato consigo mesmo. Como a empolgação emocional é normalmente muito importante em sua vida, e como você está sempre focado em estar com sua vida alinhada, você acaba freqüentemente sendo um indivíduo intenso, de valores altamente desenvolvidos.

Você necessita se focar em terminar os projetos que você começa. Este pode ser um grande problema para você. Diferentemente de outras pessoas extrovertidas, você precisa de tempo sozinho para encontrar seu equilíbrio, e para ter certeza que você está em sintonia com seus valores. Se você se mantiver equilibrado, é muito provável que você tenha obtenha sucesso em seus projetos. Então, não caia no hábito de sair rapidamente de um projeto quando você se animar com uma nova possibilidade, pois você pode acabar nunca atingindo os grandes objetivos que você pode atingir.

Você tem uma ótima capacidade de lidar com as pessoas. Você é genuinamente caloroso e interessado por elas, e coloca uma grande importância em suas relações com os outros. Você quase sempre tem uma grande necessidade de que os outros gostem de você. Especialmente numa idade mais jovem, pessoas como você tendem a demonstrar entusiasmo excessivo para com outras pessoas, exagerando no esforço para ser aceito. No entanto, assim que você aprender a equilibrar sua necessidade de ser verdadeiro para consigo mesmo, com sua necessidade de ser aceito pelos outros, você se tornará ótimo em trazer à tona o melhor que cada pessoa tem a oferecer, e será bem aceito por todos. Você tem uma habilidade excepcional de entender intuitivamente as pessoas após pouco tempo, e de usar sua intuição e flexibilidade para se relacionar com os outros no nível deles.

Por viver num mundo de possibilidades empolgantes, os detalhes do dia-a-dia são vistos como desagradáveis trivialidades. Você não coloca importância em tarefas detalhadas e de manutenção, e freqüentemente nem está ciente dessas questões. E quando você realmente tem que realizar essas tarefas, você não tem prazer em fazê-las. Essa realmente é uma área desafiadora para as pessoas como você, e pode se tornar algo frustrante para seus familiares.

Se você acabar indo para o “mau caminho”, pode se tornar um tanto manipulativo –e muito bom nisso. O talento de ser persuasivo com o qual você foi abençoado faz com que você consiga o que quer de maneira natural e fácil. Porém, na maioria das vezes você não irá abusar destas habilidades, pois estas não se encaixam com seu sistema de valores.

Às vezes você também comete erros de julgamento graves. Você tem uma habilidade incrível de perceber intuitivamente a verdade sobre uma pessoa ou situação, mas quando você aplica um julgamento à sua percepção, você pode chegar a conclusões erradas.

Se você não aprender a levar as coisas que você começar até o final, você pode encontrar dificuldades em se manter feliz em casamentos. Sempre vendo as possibilidades do que pode ser, você pode se cansar do que realmente é. O forte senso de valores irá te manter você dedicado às suas relações. No entanto, como você gosta de um bocado de animação na sua vida, se dará melhor com pessoas que se sintam confortáveis com mudanças e com novas experiências.

Ter um pai como você pode ser uma experiência muito divertida, mas pode ser uma experiência estressante para crianças com fortes tendências concretas ou de organização. Estas crianças podem ver seus pais como inconsistentes e difíceis de entender, à medida que são carregadas por esse redemoinho que é a vida do pai. Algumas vezes você desejará ser o melhor amigo de seus filhos, e em outras vezes fará o papel do pai autoritário. Mas você seu sistema de valores é sempre consistente, o que impressionará suas crianças mais que tudo, juntamente com sua simples felicidade de viver.

Você é basicamente uma pessoa feliz, mas pode se tornar infeliz se confinado a horários estritos e a tarefas mundanas. Consequentemente, você trabalha melhor em situações onde você tenha muita flexibilidade e onde você possa trabalhar com pessoas e com idéias. Uma ótima idéia seria a de você abrir seu próprio negócio! Você tem a capacidade de ser altamente produtivo mesmo com pouquíssima supervisão, apenas necessitando que você esteja entusiasmado com o que você está fazendo.

Por ser tão alerta e perceptivo, constantemente analisando o ambiente ao seu redor, é bem provável que você sofra de tensão muscular. Você tem uma grande necessidade de ser independente, e resiste a ser controlado ou rotulado. Você precisa manter o controle sobre si mesmo, mas não acredita em controlar os outros. Sua necessidade de independência e de liberdade se estende tanto a si próprio, quanto aos outros.

Você é uma pessoa charmosa, engenhosa, que se arrisca, sensível, voltada às pessoas, e com capacidades de todos os tipos. Você tem muitas qualidades que irá utilizar para se satisfazer na vida (e também àqueles próximos a você) se conseguir se manter equilibrado, e dominando sua capacidade de levar até o fim o que você começar.

14.9.07

Ele nasceu.

Depois de tantos pedidos e manifestações exacerbadas de revolta, eu, a quase jornalista formada, aderi ao blog. Sim, porque para alguns a idéia de eu não participar da onda era inconcebível. Mas não pensem que eu sucumbi aos derradeiros pedidos. Não, apenas achei que talvez fosse hora de parar de ficar escrevendo em tantos papéis, afinal, uma hora eu iria perdê-los em meio a minha organizada bagunça.

Até que foi fácil parir o bichinho.O nome é em homenagem a todos aqueles que, alguma vez na vida, não resistiram a fazer a infame - e cansativa - piadinha com o meu nome.

A todos que navegam, aquele Salve!

Nos vemos por aí, eu espero.

GBY!